24 de mai. de 2011

A saga dos ovos

Muitos sabem da minha saga com os supermercados, mas a verdade é que existe um limiar entre esperança/realidade neste recinto. E é isso que torna a minha experiência em supermercado cada vez mais alucinada.

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É óbvio que é uma história real! E eu sou um mero coadjuvante. Acredite!

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Depois de chegar tarde da noite na casa da minha nobre amada, num certo domingo, resolvemos passar no supermercado para fazer as honras ao estômago. E lá vamos nós para mais um funny moment no Pão de Açúcar. Sim, é o supermercado onde a trilha sonora é modern jazz e as comidas refrigeradas estão sempre com orvalhos que só aparecem em comercial de televisão!

Feito a seleção desejada ela pediu para que eu fizesse omelete - PAUSA PARA O MOMENTO APRENDIZ: Há classificação de "omelete" tanto como substantivo feminino como masculino DESPAUSA - e aceitei de cara. O MEU omelete (pois prefiro no modo masculino) é recheado com queijo, peito de peru, um toque de sal que só eu sei a medida e orégano.
O que precisávamos fazer? Comprar os ovos! E nós compramos? Sim. Até mesmo porque esta história tem um protagonista: o ovo.

Depois de ficarmos confabulando entre as opções com 12, 6, e 3 ovos resolvemos que levaríamos a de 6 unidades. Muito bem...eu estava no supermercado dos ricos de Campinas e nada poderia dar errado. Era só pegar a embalagem, levar pra casa e agradar a moça que tanto me acompanha pelas aventuras da vida!

Chegando no carro para colocar as compras no porta-malas percebemos um senhor com cara de texas country olhando para nós. Imediatamente, diante deste momento percebi o cheiro que estava no local. Logo comecei a pensar o porquê do senhor soltar seus peidinhos em nossa presença. Até o momento que entramos no carro, fomos para o apartamento sentindo o mesmo cheiro e pensamos que a cidade de Campinas estava apodrecendo. Enfim, pegamos as compras pensando que o mundo inteiro estava simplesmente FEDENDO. Chegando no apartamento, já com vontade de descobrir a razão do mau cheiro, apesar da minha nobre amada ter falado do ovo, resolvi tirar a prova. Colocamos as compras em cima da mesa e comecei a passar o meu aguçado nariz sobre o leite, manteiga e...bom, devo admitir o tamanho da minha ignorância neste segundo. É óbvio que se tem alguma coisa estragada cheirando mal a ponto de estar incomodando até os vizinhos, qual a razão de respirar fundo dentro das sacolas? Pois é...quando cheguei na sacola dos ovos a minha pressão caiu, a vontade de vomitar ficou contida na garganta e lá vai o Rudy em sua nova saga: Comprar mais ovos no Pão de Açúcar para agradar a nobre amada.

O mais legal é que depois disso tive a noção que preciso ficar cheirando a embalagem dos ovos antes de comprar. Imagine a cena para quem está assistindo isso!

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Twittando com dois t's em @rudycm
Só não falo o Facebook porque deve ter pouco Rudy Mateus no mundo.

10 de mai. de 2011

A coragem infantil

Eu nunca fui totalmente de Ribeirão Preto. Nasci em Curitiba e logo depois fui para Londrina, onde minha memória começou a realmente funcionar. Funcionou tanto que tem uma cena que ficou eternamente na minha mente.

Nos dias quentes de Londrina meus pais levavam eu e meus irmãos até a AABB. Para quem não sabe, é a Associação Atlética do Banco do Brasil - um clube para quem é funcionário. Lá, como em todos os clubes, tem muitas piscinas, local para refeições, pessoas tomando banho de sol e, naquele dia, meu irmão me encorajando para pular do trampolim. Não me lembro ao certo, mas nem era uma super altura. Para uma criança com uns 4 ou 5 anos era um precipício!

Sempre relutante em pular mesmo com minhas bóias, meu irmão continuava a encorajar...mas eu não pulava. Eu chegava até o limite do trampolim, mas nada! Enfim, desci e fui brincar na piscina com minhas bóias e, de preferência, bem perto da minha mãe. Fiquei observando de longe meus irmãos pulando e se divertindo.

Determinada hora o movimento estava baixo e ninguém no trampolim. Era a hora certa de uma criança indefesa pular do trampolim, afinal...por que passar vergonha com todos olhando?
Caminhei rapidamente para não queimar meu pé no chão quente, subi a escada, olhei pra baixo, respirei e PULEI. Enquanto eu sentia orgulho de mim mesmo também sentia a minha bóia saindo do meu braço direito por conta da pressão da queda na água. Só a bóia do braço esquerdo que ficou intacta no braço. Comecei a me debater desesperadamente e gritar pela minha mãe que, em total calma, foi até a cabeceira da piscina e foi nadando como um salva-vidas em minha direção. Lembro até das braçadas e batidas de pernas bem sincronizadas com as raias que desenham o chão da piscina. Salvo pela mamãe!

Até hoje penso: Por que ela não pulou direto no fundo onde eu estava me afogando?

3 de mai. de 2011

Sabedoria é pra quem pode

Neste exato dia eu estava na 5ª série. Era aula de geografia e a turma toda estava em ambiente novo. Naquele dia, já no segundo bimestre, a diretora nos mudou de sala pois a escola estava passando por reforma. Um acontecimento que mudou muitas mentes!

Lembro-me bem que naquele ano eu era um bom aluno. Cultivava boas notas e não precisa esconder o boletim dos meus pais.

No dia em questão fazia sol, a luz penetrava pela janela mas não conseguia passar totalmente pela cortina branca. Isto era bom pois deixava a sala mais iluminada sem ofuscar. Era aula de Geografia e a professora Lúcia conduzia o saber até nossas mentes. A Vannessa, que era repetente, fofinha e figura carimbada da classe estava reluzente no seu saber. Acho que ela estava até mais brilhante que o sol nas cortinas brancas! Com certeza a mudança de sala a deixou mais confiante.

Durante a aula a professora estava testando o conhecimento fazendo perguntas não muito difíceis. E, na verdade...não eram difíceis. A Vannessa era...bem, deixa pra lá.

Num determinado momento a professora perguntou quem sabia o que era mais leve: a água doce ou a salgada?

A Vannessa resolveu aplicar a sua sabedoria e respondeu rapidamente:
- Água salgada, professora.

Depois de ser elogiada a professora ainda perguntou o porquê, e convenhamos, aí já era muito pra ela. Sem pestanejar a Vannessa mandou bem alto pois estava confiante:
- Ah...porque tem navio, baleia, peixe..

A CLASSE MORREU DE RIR. Ela falou com propriedade. Achou que estava certa!

E a partir disso minha vida mudou. Hoje tenho quase 30 anos e levo uma experiência pra casa: Tenha convicção. É isso que te faz um homem completo.